Mais de R$ 413 milhões do Imposto de Renda foram direcionados a projetos sociais em 2025, segundo dados da Receita Federal. Também chamadas de “Destinações Sociais”, esse recurso permite àqueles que enviaram suas declarações do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) doar parte do imposto devido a fundos e instituições cadastradas, sem custo adicional para o contribuinte.
Ao todo, foram registradas 321.323 doações, que somaram R$ 413.990.531,67. Embora o número seja expressivo, representa uma queda de 17,4% em comparação com 2024, quando as destinações ultrapassaram os R$ 500 milhões.
O destaque vai para o Fundo da Criança e do Adolescente (FDCA), que recebeu 58,2% de todo o valor doado, consolidando-se como o principal destino entre os contribuintes.
O que são as “Destinações Sociais”?
As destinações sociais são uma forma de permitir que o contribuinte escolha para onde parte do seu imposto vai, dentro de limites legais. É possível doar até 3% do imposto devido no ato da declaração, tanto no modelo completo quanto na restituição.
A Receita Federal viabiliza esse processo diretamente no seu sistema, o que torna a prática segura, rápida e transparente. Ao preencher a declaração, o sistema calcula automaticamente o valor que pode ser destinado e gera um Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF) específico para a doação.
Quais fundos podem receber?
Entre os destinos das doações estão:
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente (FDCA)
Fundos dos Direitos da Pessoa Idosa (FDI)
Sobre esse ponto, vale destacar que existem braços dessa instituição em esfera federal, estadual e municipal, o que amplia a possibilidade de doação e também pode permitir um direcionamento para uma região específica.
Por que o volume de doações caiu?
Especialistas apontam que a queda pode estar relacionada a três fatores principais:
Menor divulgação das campanhas informativas em 2025;
Insegurança econômica, que afeta a disposição do contribuinte em assumir compromissos, mesmo sem custo extra;
Falta de conhecimento sobre a legalidade e simplicidade do processo.
Vale a pena doar?
A partir dos dados apresentados e do objetivo da campanha, pode-se afirmar que sim, vale a pena doar parte do IR para as causas em questão. A destinação permite que o contribuinte exerça maior controle sobre o uso do seu imposto, incentivando projetos sociais de impacto direto na sua comunidade.
Além disso, não há risco de cair na malha fina ao realizar a doação dentro do próprio sistema da Receita Federal, que já gera os boletos e identifica as instituições habilitadas. A prática também é uma oportunidade de gerar maior engajamento com causas públicas e fortalecer a participação cidadã.
Outras formas de doar com o Imposto de Renda
De acordo com levantamento da Agência Visibiliza Digital, a busca por “que horas cai a restituição do Imposto de Renda 2025” teve um crescimento impressionante de 1950% nos últimos 7 dias. O dado reforça o crescente interesse dos brasileiros pelo tema, especialmente no período pós-declaração, quando muitos aguardam os lotes de restituição.
Segundo a Agência X, momentos como esse são estratégicos para ações de comunicação social, campanhas educativas e engajamento de doadores, especialmente quando articuladas com estratégias de marketing digital voltadas ao terceiro setor.
Além das doações feitas diretamente na declaração, o contribuinte pode destinar recursos por outros caminhos, desde que dentro dos critérios legais. Entre eles:
Fundos municipais, estaduais ou federais, selecionados ao longo do ano;
Projetos culturais, esportivos ou de saúde autorizados pelo governo;
Doações programadas com recibo válido para dedução futura.
Essa flexibilidade abre espaço para que instituições sociais, ONGs e campanhas públicas ampliem sua base de doadores e recebam apoio de forma recorrente.
Um gesto simples que gera impacto
Apesar da queda no volume geral de doações, os dados da Receita reforçam que centenas de milhares de brasileiros seguem engajados com causas sociais através do Imposto de Renda. Ampliar a informação, facilitar o acesso e esclarecer mitos são passos fundamentais para reverter esse cenário.
A possibilidade de escolher o destino de parte do imposto não é apenas um direito: é também um convite à co-responsabilidade social. E, como mostram os números, a vontade de fazer o bem ainda pulsa forte entre os contribuintes. Basta que o caminho esteja claro.
Fonte: Contábeis